quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Perdas e ganhos.

Começo esse texto com uma reflexão com estas duas palavras, perda e ganho. Antigamente eu achava que tinha uma postura referente a perda, a morte. Mais ao entrar em um mês onde perdi meu avô querido e em seguida recebi o segundo golpe perdendo também uma tia que tive pouca convivência, mas curti como se tivesse passado a vida junto a ela, me obrigou a repensar toda a minha história e ao mesmo tempo ver como é complexo a questão de lidar com a perda.
A perda é algo tão particular, que cada um está em um estágio diferente da sua própria vida e por isso é soberba demais querer que todos sintam a dor da mesma forma. Sem contar que o processo de associação do bem dito pensamento "o que sou?" e "o que deixarei?" é algo perturbador e ao mesmo tempo transformador.
O sentimento outrora distante de que  a vida é curta e que agora se torna quase que táctil, quase que um companheiro opressor de batalhas perdidas nos faz repensar, reavaliar reconsiderar muitas coisas. E é neste momento que me encontro e que me encontrava um pouco antes de tudo acontecer. Só que agora com a urgência do hoje.
Mas não vou me atropelar e muito menos correr como se toda a bagagem que acumulei são apenas tralhas. Prometi em meus pensamentos que terei calma, me reorganizarei e seguirei com o que é de grande valia e o resto, guardarei o que é de guardar e deixarei o que é de deixar.
Agora sobre meu avô o que tenho de alegria nestes últimos tempos foi ter a certeza que ele soube como era importante em minha vida, principalmente nas minhas caminhadas, pois quando eu era pequeno uma das coisas vivas em minhas lembranças era ele me chamando para ir com ele no mercado ou no açougue e sempre me dizia que eu estava gordinho e precisava caminhar e eu me sentia especial ao lado dele caminhando pelas ruas longas do Rio de Janeiro, como se fosse o ajudante de um herói e de peito estufado eu caminhava como se todos em volta enxergasse o orgulho daquele menino que acompanhava o seu avô. O mesmo avô que sempre tinha a voz macia ao falar com os netos, sempre queria oferecer o melhor possível e sempre trazia alguma novidade para os netos enquanto estes estavam passando temporadas felizes em sua casa.
E a felicidade que carrego em meu peito nestes dias é saber que ele partiu, mas soube que as minhas caminhadas começou com ele e na última conversa que tive com meu avô deixei claro e revive em suas lembranças também aqueles dias de garoto gordinho caminhado com seu avô altivo e elegante pelas ruas de Campo Grande no Rio de Janeiro. E nesta conversa pode sentir o orgulho dele saber que eu agradecia e muito por aquele inicio e todo aquele carinho.
Com isto vi que esta bagagem recente que acumulei aqui, buscando uma melhor saúde, uma melhor qualidade de vida e um maior respeito ao meu corpo, tem e sempre terá tutela de meu grande avô Sebastião. E a partir disso ganho mais força para dar o meus próximos passos e mais carinho em cada caminhada.
Deixo aqui o meu agradecimento a este homem que me ensinou muito em cada abraço e em cada sorriso ao ver os seus netos "mexendo com a boca", ou seja, comendo as delícias que ele trazia todo orgulhoso em poder oferecer aos seus netos e filhos. Também agradeço a ele e a minha avó por nos receberem todas as vezes como se fosse a primeira vez, com um abraço apertado na chegada e um abraço mais que apertado na despedida.

5 comentários:

  1. Querido, sinto muito pela sua perda.
    Saudade é um sentimento que dilacera o coração no início, mas com o tempo vai doendo bem pouquinho....tenho certeza que foi um grande avô e deixará muitas saudades. Fique bem tá!
    Um beijo.

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  2. Sei bem o que você está falando, perdi meus avós muito cedo, eles tinham um carinho tão grande comigo, e da forma que você descreveu o carinho do seu avô com você recordei de como era meus passeios com o meu avô. Em qualquer lugar que ele fosse ele trazia alguma coisinha pra mim, muitas vezes eram balinhas. mas jamais esquecia de mim.. adorava quando ele me levava pra passear! só que infelizmente tinha só 6 anos quando perdi ele, não sei se consegui demonstrar o tamanho do amor e carinho que sentia por ele.. Saudade de um tempo que não volta.. Feliz de quem teve tempo de aproveitar seus avós.. São saudades ETERNAS..

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  3. Puxa querido... senti sua falta por aqui e não sabia a perda que você estava sofrendo. Sinto muito mesmo. Perdi muitos entes queridos pelo caminho... os meus vovôs já se foram, mas deixaram um legado de amor à família e ao ser humano. Quem bom que esse legado que você recebeu do seu avô foi o amor às caminhadas e a viver uma vida saudável. Seja bem vindo de volta e seja forte. Agora você tem um protetor em meio à sua luta. Beijo grande!

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  4. Oi amigo me emocionei ao ler seu post. Acho que ao tentar imaginar as cenas vividas por você me transportei para as vividas por mim e meus avôs. Deus continue confortando o seu coração e te fortalecendo! Grande abraço!

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  5. Doi né Atílio mas tenho certeza que não é desse jeito que seu vô quer te ver, acredito que ele quer ver em você tudo isso ai que você aprendeu com ele e através disso ver sua vitoria, sabe assistindo o the biggest tem muitos participantes que se agarra a forças de entes queridos que estão ao lado de Deus e se fortalecem para vencer cada dia no emagrecimento.O que você acha? Bora se animar não gosto de te ver distante do blog afinal você é meu único vizinho, quero te ver vencendo, força vizinho esta força vem de dentro de você!!!

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