quinta-feira, 26 de março de 2015

Paloma floriu

Sabe que nessa busca de qualidade de vida, tenho algumas atividades que faço para que tenha momentos de reflexão, aquele momento que se conecta com coisas de silêncio, coisas de pensar, coisas de esperar.
Uma dessas coisas foram as orquídeas, chamo as de coisas de esperar, pois são plantas que ficam penduradas nas árvores e que quase diariamente visito, rego, olho com o contemplar do esperar, com paciência.
Ai de repente você recebe a recompensa pelo carinho dado. Hoje recebi o presente de ver florir a minha orquídea negra, dei o nome de Paloma, o nome de uma cãopanheira que tive, uma cachorrinha preta,  uma amiga que tenho até hoje nas lembranças de um passado rico de imagens e sorrisos.
Está ela lá no quintal, como a surpresa de um abraço inesperado, de um sorriso de criança ao receber um presente, o meu peito se revigora com essas pequenas coisas, ela ainda não se abriu totalmente, mas está lá, bela, pequenina e delicada.
Ela é apenas a segunda orquídea que floresceu aos meus cuidados, tenho muitas lágrimas para verter com essas pequenas artes naturais.
Enquanto vou retomando os caminhos vejo que tenho feito escolhas acertadas. Espero seguir assim.

terça-feira, 24 de março de 2015

Semana 12 | Busca de ajuda e tempo ao tempo

Boa semana a todos.
Esta semana tenho colocado o trabalho no topo das preocupações, a alimentação sendo controlada e exercício deixando a desejar. Mas não tenho me cobrado tanto, a balança está calma, tão calma que não desce e nem sobe.
Esta semana foi decidido por mim que buscaria ajuda para questões que andava e ainda anda me atrapalhando. Bem a consulta com um dos médicos que vão ajudar nesta corrida paralela para o emagrecimento foi hoje. Consulta que fui sincera, contei as coisas que me incomodava e assumi que não iria usar a arrogância de saber tudo mesmo estando atolado até o pescoço, aceitei as recomendações e até o remédio passado sem muito questionamento, mas com ouvidos atentos para todos os porquês que o médico não omitiu e explicou cada um.
Com isso vou no projeto de dar tempo ao tempo e tentando entender as dificuldades. Quem diria que o emagrecimento exigiria colocar a vida toda nossos eixos. A reeducação não é apenas alimentar, parece ser uma grande engrenagem. Aceitei concertar a engrenagem para ver tudo girar no mesmo compasso.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Semana 11| REorganizando

Semana corrida, sem atividade física, mas com muitas reflexões, reconhecendo necessidades de mudanças e de novas metas e objetivos. Aos poucos volto as atividades física. O importante foi que percebi e comprovei na pele os benefícios que ganhei com a reeducação alimentar e atividade física, pois em um domingo de trabalho intenso, fiquei muitas horas em pé e em movimento sem sentir o peso que sentia, sem perceber o corpo implorar por uma cadeira. Com isso tenho a certeza que irei continuar, melhorar e correr muito atrás do que eu preciso. Já estou em busca de ajuda para algumas questões que resolvi aceitar como não ser possível resolver sozinho. A balança também tem ficado ali naquelas oscilações, mas sempre descendo devagar, está semana cheguei a 136,4. Também vou dar mais tempo entre as pesagens para fins de registros. Tenho retorno com a nutricionista. Espero que semana que vem eu traga mais notícias de novos objetivos alcançados mesmo que pequeninos e de ter retomado as atividades. Abraço a todos.

terça-feira, 10 de março de 2015

A saga da cãopanheira | Parte II - Cinomose


Estava indo tudo bem com a Lana, já era dona do pedaço. Quando tinha por volta de 6 meses ela já tinha personalidade, elegia os amigos dela, tinha pessoas que adorava e fazia festa, outras que respeitava mas sem muita intimidade e também tinha ou melhor tem as pessoas que ela não pode ver nem pintado de ouro. Alias esses até hoje ela tem as suas implicâncias, não adianta eu brigar e nem falar que a pessoa é amiga, eu tenho que ficar de olho se não sobra um dente e olha que já sobrou, por isso se me perguntam se ela morde apenas digo que depende se ela gostar da pessoa. Se gostar pode abraçar, apertar agora se não sai de baixo. Nessa altura ela era chamada de Lady pela minha mãe, sempre dizia que chegou aqui sarnenta e hoje se acha a última bolacha do pacote. 


Mas nessa época aconteceu um grande problema. Lana contraiu cinomose, de um dia para o outro ela ficou ruim, pensei ser uma doença qualquer, cuidei dela, pensando passar rápido, no dia seguinte ela piorou e levei para a veterinária. Chegando lá rapidamente recebeu o diagnóstico e medicação. A veterinária disse que eu tive sorte em levar ela, pois estava tendo um surto da doença na região e já tinha perdido muitos cachorros com aquela doença. A Lana já estava com o vírus agindo no cérebro, tinha espasmos musculares, não parava de piscar e mexer uma das orelhas além de úlceras nos olhos. A veterinária não deu muitas esperanças, passou alguns remédios para o tratamento e também pediu para voltar dentro de uma semana para uma segunda dose de vacinas. Deu uma aperto no coração, mas fiz tudo que ela pediu e na semana seguinte estava lá de volta, a Lana melhorzinha, mas ainda se recuperando. A veterinária contou que um vizinho também tinha levado o cão dele naquele mesmo dia, só que não teve a mesma sorte, a diferença de horas poderia salvar a vida do cão. Continuei o tratamento, durante um mês fiz visitas para vacinas e mais remédios. Lembro que na época tinha sido uma grana alta em remédios, mas ela voltou a brincar e a ser chamada de Lady por sua folga. 

Por causa da doença ela acabou ganhando uma cama no meu quarto aonde ela dorme nos dias mais frios, está certo que algumas pessoas dizem que nos dias quentes também. 
Ela ficou com algumas sequelas, eu chamo de charme, a orelha, o olho e a pata dianteira tem espasmos, o olho por exemplo não para de piscar e a orelha não para de mexer. Uma vez eu estava no meu quarto e ela na frente de casa e eu ouvi uma criança dizendo para mãe: "Mamãe a cachorrinha está me paquerando, ela gosta de mim"
Com isso ela conquista muitas crianças que passam em frente de casa, com esse charme "seduzente"dela. Algumas crianças chamam a Lana de a cachorra que pisca. 
Termina aqui mais uma parte da saga da cãopanheira.

domingo, 8 de março de 2015

Semana 10 | Metas - Reorganizar a vida

Semana começa com a decisão de começar a atingir metas semanais, quinzenais e mensais. Tudo inicialmente bacana, colocado metas semanais no papel e tudo ótimo. Ai vem a vida, acumulo de trabalho, prazos, correrias. Ai vem a cabeça, necessidades, prioridades e conflitos. Então percebo que tenho que reeducar não só a alimentação tenho que reeducar a vida toda. Reorganizar meus horários que andam meio que bagunçados, nunca foram organizados. Sempre acho que o meu trabalho fluir melhor na madrugada, vou ter que mudar isto, vou ter que fazer fluir durante o dia. Durante o dia vou poder organizar melhor a alimentação, vou poder organizar melhor atividade física e atividade profissional. As metas serviram para isso, não consegui atingir as maiorias das metas e então percebi que os arrumo ou vira caos.

Metas propostas

Caminhar 20km durante a semana
Caminhado 8,5km
Pular corda 5 minutos durante 5 dias
Pulei durante 3 dias
Dançar acompanhando vídeo durante 5 dias
Dancei 3 dias
Jantar sem carne durante 5 dias
Realizado

Com tantas metas sem serem atingidas poderia estar chateado, sim estou, poderia estar de mal com a vida, fiquei um pouco, poderia jogar tudo para o alto, quase joguei. Mas ao refletir e percebi que as pressões causadas pelas desorganizações da vida corrida, do querer abraçar tudo e ao mesmo tempo não segurar nada me fez chegar a conclusão de reorganizar geral.
Durante esta semana já vou fazer algumas mudanças e vamos ver se ocorre melhoras. Não vou desistir das metas, vou repetir as metas desta semana e incluir algumas metas da vida. Espero conseguir melhorar.
Desculpe pelo desabafo pessoal. Mas acho que a reeducação alimentar me obrigou a enxergar que não é só uma mudança no que se mastiga, mas um novo olhar sobre aonde se quer chegar.
Boa noite a todos

quarta-feira, 4 de março de 2015

Jogar futebol, uma questão de honra.

Sei que o público que segue este blog é em sua maioria de mulheres, peço licença a vocês, pois entrarei no tema futebol, mesmo sabendo que a maioria não gosta ou não suportam ouvir falar disso. Mas prometo que a leitura vai valer a pena. Essa história foi vivida por mim e fala um pouco desse cara que estou reencontrando depois de algum tempo, um cara que tinha uma força de vontade gigantesca e superava barreiras enormes. Esse cara foi se perdendo neste mundo, mas acho que aos poucos estou retomando contato com ele e sabe de uma coisa, estou gostando. Vou compartilhar como forma de exercício, espero que gostem.

Questão de Honra

Quando criança eu era sempre o último a ser escolhido para o time de futebol, eu era ruim, mas nunca era o pior, sempre tinha um ou outro pior que eu, mas era batata eu seria o último escolhido ou seria o "próximo". Sempre fui gordinho, não me abatia muito com isso, sentava e esperava minha vez.
Na escola sempre me perguntavam se eu agarra no gol fixo, sempre dizia que não e era deixado de lado. Até um dia que resolvi dizer que agarraria. Não fui muito bem, mas insisti, pois tinha vaga garantida e era melhor jogar no gol que não jogar. Um certo dia, a aula de educação física estava cheia, tinham três ou quatro turmas juntas. Naquele dia entendo que foi uma mudança nos olhares sobre aquele "gordinho que agarrava no gol". As turmas eram misturadas e tinha turmas da quinta, sexta e sétima série, nessa idade a diferença de força é muito grande quando se tem um ou dois anos a mais e eu era da quinta série. Naquele dia eu lembro até hoje, foram vários jogos e eu sai de quadra sem tomar nenhum gol. Tinha um cara, o nome dele era Paulinho, ele tinha uma patada atômica, sempre fazia muitos gols e não era bom entrar na frente dele quando chutava. Mas naquele dia foi diferente, foram várias tentativas, um chute mais forte que o outro e eu estava lá defendendo todos. Lembro como se fosse hoje, no final do último jogo que já tinha acabado ele gritou "segura essa então gordinho"e deu um chute fortíssimo no ângulo, como se fosse em câmera lenta, lembro de ter dado uma ponte, aquelas que o Ronaldo, goleiro do Corinthians dava, e tirei a bola do gol. Os amigos dele tiraram sarro e pela primeira vez me sentia parte daquela coisa de educação física. Pois na época eu achava sortudo quem tinha atestado médico para não passar por tudo aquilo.
Com isso percebi que tinha uma arma em minhas mãos. Na rua a molecada fazia a seleção para jogar os chamados "contra", que consistia em formar um time com os melhores da rua para jogar contra os times de outras ruas. Adivinha que não era nem cogitado para isso. Era uma coisa que tinha vontade, mas nunca pensei em ser chamado, mas a fama da escola chegou na rua e recebi o tal convite. Fiz charme, disse que não era tão bom, mas por dentro pulava de alegria e gritava como louco. Com o tempo eu era peça fundamental do time, não podia faltar. Sempre voltava desses jogos com a parte de trás das perna sangrando, pois jogávamos no asfalto, era raro jogar em quadra e dar ponte e carrinho era e ainda é uma delícia, fazer igual aos jogadores da TV para mim era uma vitória a mais, era literalmente dar sangue pelo time. Lembro quando não podia mais jogar pelo time, por causa de trabalho e os meus amigos me imploravam para jogar e lembrava de quanto eu queria aquilo, deixar de ser ignorado e fazer parte de algo normal, tanto que demorei para deixar de jogar.
Depois de um tempo, já grande, me deparei novamente com está coisa de selecionar os melhores e eu ser deixado de lado. Fazia um curso técnico, e o pessoal organizou um campeonato, e na sala montou-se o time, não fui consultado, tinha uma amizade legal com a galera, não fiquei chateado, pois ali eu já não era um gordinho somente, estava beirando os 110 quilos então a visão sobre meu estado físico parecia ter que ser essa, mas não engoli essa história. Lembro que os rejeitados até tentaram montar um time, mas não deu muito certo, pois por incrível que pareça eu era o melhor do time, mas jogava no gol.
Na época eu fazia dois cursos, então arquitetei um plano. Marquei um contra e levei a turma da minha outra escola para jogar. O time que me rejeitou era bem melhor, entrosado e tinha dois caras que jogavam muito. Naquele dia não sai sem tomar gols, mas os caras demoraram pelo menos uns quinze minutos para fazer um gol, ai depois a diferença entre os times se fez maior, mas ali já tinha fechado o meu plano, conquistado o respeito e provado para aqueles caras que mesmo sendo gordo não seria fácil me derrubar. Acho que conquistei de vez o respeito deles quando fui buscar uma bola que quase entrou no gol, mas eu dei um mergulho e a tirei batendo a cabeça na trave, mas salvando o gol. Bem no fim do jogo fui convidado para ser o goleiro do time e no final dessa história fui premiado com uma camiseta de goleiro dada de presente por todos do time, com o meu nome.
Tenho essa camiseta guardada até hoje, ficou meio apertada, mas terei o prazer de usar ela quando eu for retomar as partidas de futebol, um dos meus objetivos ao perder peso. Pois com o peso que estava, não dava para arriscar. E esse dia está chegando, está bem próximo.
Gordinhos em educação física, sei como é.

terça-feira, 3 de março de 2015

A saga da cãopanheira | Parte 1 - A Chegada do potinho de ouro

A chegada do potinho de ouro

Lá no começo de 2009 recebo uma ligação do meu irmão dizendo: "Você não estava querendo uma cachorra para fazer companhia ao Luthor?" Na hora gerou uma dúvida. Luthor é o cachorro que temos aqui em casa, já velhinho, na época era só ele, mas quando ele chegou tínhamos mais dois cachorros a Paloma e o Marujo, como eles se foram ficou apenas o Luthor. Perguntei para minha mãe sobre essa adoção inesperada. A reposta foi apenas "traz", então meu irmão trouxe. Quando ele chega com ela em suas mãos, um bicho assustado, falhas nos pêlos por causa da sarna e imensos "grãos de feijão" ou carrapatos, o que fiz foi acolher, tentar diminuir o medo de quem estava até aquele momento sozinha em um mundo gigantesco e muitas vezes cruel, a envolvi no braço e conversei com ela pra ficar mais tranquila. Em seguida peguei remédios contra carrapatos e fui aplicando em cima de cada um e eram muitos, enormes. Com todo aquele cuidado e zelo da minha parte ela já recebeu seu primeiro apelido "potinho de ouro".
Naquela mesma noite pedi ao meu irmão para fazer o batismo, já que ele achou, ele dá o nome. O nome escolhido foi Lana, quem assistiu Smallville já sabe que meu irmão era fã da serie, sem contar que depois de um tempo ele pegou um cachorro pra ele e adivinha o nome dado? Luthor também, justificando que o daqui de casa é o Lionel Luthor e o da casa dele é o Lex Luthor. Não sou eu que vou brigar. A única cachorra que dei o nome foi a "Pichicha" já dá para perceber que não sou bom para dar nomes.
Bem finalizo aqui a primeira parte da história da minha cãopanheira. Espero que tenham gostado da narrativa. Logo mais escrevo a segunda parte que vou falar sobre a doença que ela teve e que aproximou ainda mais o laço entre nós.